Pesquisadores da FURB (Universidade Regional de Blumenau) desenvolveram um produto inovador com cascas de palmeira real, material destinado à hidrossemeadura que permite recuperar a vegetação de encostas.
Pesquisadores de Blumenau desenvolvem produto inovador para recuperar vegetação degradada – Foto: RTE/FURB/Reprodução ND
A pasta mecânica de celulose foi desenvolvida com base nas cascas da planta, um resíduo produzido diariamente em grande quantidade na região do Vale do Itajaí.
Produzido por uma empresa instalada em Luiz Alves, cidade próxima à Blumenau, o produto tem sido comercializado como biomulch, um tipo de cobertura vegetal que auxilia e permite a revegetação de áreas degradadas.
Produto desenvolvido já é comercializado
O pesquisador Atilano Vegini, do Departamento de Engenharia Química da FURB, explica que o biomulch produzido a partir de resíduos de palmito apresenta as características ideais para a hidrossemeadura, técnica de plantio que utiliza uma mistura líquida de sementes, nutrientes, fibras e estabilizantes para recuperar a vegetação em terrenos inclinados.
O empresário responsável pela operação, José Carlos Drodowski, detalhou o que acontece quando se aplica o produto inovador pelo o processo de hidrossemeadura.
“Cria-se uma biomanta que protege o solo, evitando a erosão, acelerando a velocidade da água da chuva e prepara o solo para uma condição ideal de germinação”, disse.
De acordo com a FURB, o produto desenvolvido já é vendido a empresas que trabalham com a técnica de hidrossemeadura, e já foi empregado no processo de revegetação em áreas de encosta de cidades da região, como a Estrada da Rainha, em Balneário Camboriú.
Produto ajuda que ajuda a recuperar vegetação é feito com cascas de palmeira real – Foto: RTE/FURB/Reprodução ND
Como produto que ajuda a recuperar vegetação é desenvolvido
Para começar a produção, é feita a coleta das cascas de palmito junto aos produtores. Na indústria, o resíduo passa por uma série de etapas até estar pronto para a comercialização.
Na criação do produto para recuperar vegetação, as cascas de palmito são picadas e suas fibras separadas antes de passar por um processo de refinamento, que confere ao material as características desejadas.
Na sequência, é retirada a água que foi adicionada ao longo da produção e o processo de secagem é iniciado. Por fim, o material produzido para recuperar vegetação é colocado na embalagem comercial.
Produto passa por algumas várias até ser comercializado – Foto: RTE/FURB/Reprodução ND
Segundo a Universidade Regional de Blumenau, a fábrica responsável pela produção processa cerca de 500 toneladas de cascas de palmito por mês, mas possui capacidade para absorver todo o resíduo gerado pelos produtores da região, que chega a 2 mil toneladas por mês.
Todo o processo de pesquisa para criação da pasta de celulose que ajuda a recuperar vegetação foi liderado pelos pesquisadores Atilano Vegini, Doutor em Engenharia Química, e Lorena Benathar Ballod Tavares, Doutora em Tecnologia Bioquímico-Farmacêutica.
A universidade informou ainda que a tecnologia desenvolvida pelos pesquisadores teve a patente concedida pelo INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual), sendo objeto de parceria entre a FURB e a empresa Estrela Distribuidora de Derivados de Petróleo.
