Na hora de escolher uma opção de curso para concorrer nos vestibulares e no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o curso de medicina tradicionalmente aparece como a opção com a maior relação de candidatos por vaga ofertadas. No entanto, o Censo da Educação Superior 2023, divulgado neste ano, revelou que essa realidade vem mudando no Brasil.
Tradicionalmente o curso universitário mais concorrido do Brasil, medicina não figurou como a opção com mais candidatos por vaga nem na rede pública, nem na rede privada em 2023 – Foto: Freepik/Divulgação/ND
O último Censo, realizado pelo MEC (Ministério da Educação) e pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), contabiliza dados referentes ao ano de 2023 e revela, além dos cursos mais disputados, a quantidade de egressos do ensino médio que ingressaram no ensino superior no último ano e outros dados de análise do panorama atual do acesso à graduação no Brasil.
Quais cursos superaram medicina no ranking de mais disputados?
Rede pública
Nas universidades públicas, o curso de medicina é o segundo mais concorrido, de acordo com o Censo, com 685.347 candidatos para 13.052 vagas, uma relação de aproximadamente 53 candidatos/vaga. Na liderança, está o curso de Engenharia Naval, que teve 13.329 inscrições para 243 vagas, uma relação de cerca de 55 candidatos/vaga.
Os dez cursos mais concorridos da rede pública são:
- 1º: Engenharia Naval – 13.329 candidatos para 243 vagas (55 candidatos/vaga);
- 2º: Medicina – 685.347 candidatos para 13.052 vagas (53 candidatos/vaga);
- 3º: ABI em Computação e TIC – 3.358 candidatos para 64 vagas (52 candidatos/vaga);
- 4º: Psicologia – 135.043 candidatos para 7.197 vagas (19 candidatos/vaga);
- 5º: Biomedicina – 35.794 candidatos para 2.030 vagas (18 candidatos/vaga);
- 6º: Medicina Veterinária – 98.912 candidatos para 6.371 vagas (16 candidatos/vaga);
- 7º: Enfermagem – 139.612 candidatos para 9.425 vagas (15 candidatos/vaga);
- 8º: Nutrição – 66.233 candidatos para 4.724 vagas (14 candidatos/vaga);
- 9º: Fisioterapia – 55.022 candidatos para 4.000 vagas (14 candidatos/vaga);
- 10º: Odontologia – 69.109 candidatos para 5.161 vagas (13 candidatos/vaga).
Engenharia Naval é o curso mais concorrido pelos que desejam ingressar nas universidades públicas do Brasil – Foto: Getty Images/Reprodução/ND
Rede privada
Nas universidades privadas, o medicina também aparece como o segundo mais concorrido, segundo o Censo, com 276.446 candidatos para 38.068 vagas, uma relação de aproximadamente 7 candidatos/vaga. Supreendentemente, o curso de Artes Cênicas aparece na liderança, registrando 2.417 inscrições para 235 vagas, uma relação de cerca de 10 candidatos/vaga.
Os dez cursos mais concorridos da rede privada são:
- 1º: Artes Cênicas – 2.417 candidatos para 235 vagas (10 candidatos/vaga);
- 2º: Medicina – 276.446 candidatos para 38.068 vagas (7 candidatos/vaga);
- 3º: Programas interdisciplinares abrangendo Educação – 582 candidatos para 140 vagas (4 candidatos/vaga);
- 4º: Artes Visuais – 4.016 candidatos para 1.042 vagas (4 candidatos/vaga);
- 5º: Enfermagem (para formação de professor) – 332 candidatos para 100 vagas (3 candidatos/vaga);
- 6º: Energias renováveis – 289 candidatos para 100 vagas (3 candidatos/vaga);
- 7º: Letras (inglês) – 729 candidatos para 265 vagas (3 candidatos/vaga);
- 8º: Programas interdisciplinares abrangendo Ciências Sociais, Comunicação e Informação – 926 candidatos para 338 vagas (14 candidatos/vaga);
- 9º: Psicologia – 416.203 candidatos para 174.824 vagas (2 candidatos/vaga);
- 10º: Medicina Veterinária – 147.558 candidatos para 70.801 vagas (2 candidatos/vaga).
Nas universidades privadas brasileiras, quem lidera o ranking de cursos mais concorridos são as Artes Cênicas – Foto: Adeloyá Magnoni/Reprodução/ND
Formados no ensino médio que ingressam no ensino superior
Dos 2,3 milhões de formados no ensino médio em 2022 no Brasil, o Censo registrou apenas 27% desses estudantes ingressando no ensino superior. Ou seja, a cada dez brasileiros que terminam o ensino médio, menos de três ingressam em uma universidade.
Dos que ingressaram, a taxa foi de 58% em instituições federais, 21% em estaduais e 59% em privadas.
Diferenças entre egressos do ensino médio técnico e regular também foram observadas. Dos alunos que fizeram curso técnico, 44% prosseguiram os estudos, enquanto a taxa é de apenas 26% dos formados no ensino regular.
